O romance Fernanflor vai passar pelo escrutínio dos alunos de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco, diante do olhar atento do autor, Sidney Rocha, nesta terça (3/9), às 18h. A obra que abre a trilogia Cromane é o tema do quinto seminário do Grupo de Pesquisa Teorias em Diálogo, do Departamento de Letras, que mantém o perfil de eleger obras de autores contemporâneos vivos como objeto de estudo em sala de aula.
Sob o título de “O sublime e a linguagem na poética de Sidney Rocha”, o seminário, aberto ao público, incentiva os alunos a desenvolver uma compreensão profunda das técnicas narrativas utilizadas pelo autor e a refletir sobre como essas técnicas contribuem para a construção do significado na obra Fernanflor. No encerramento, o autor comentará sobre a sua literatura na conferência “Os personagens nunca veem a passeio”.
As relações entre a realidade e o texto ficcional, os vínculos entre ética e estética, além dos limites da linguagem para expressar as contradições de um difuso tempo na contemporaneidade, serão temas explorados nas palestras que homenagearão Sidney Rocha, de acordo com o professor João Batista Pereira, que ministra a disciplina de Teoria da Literatura da UFRPE.
O programa do seminário é formado pelas comunicações: “A infância de Jeroni Fernanflor ou a suspensão do mundo pela memória”, de Ivana Vitória de Oliveira; “Fernanflor: metamorfoses e desencantos de uma incerta maturidade”, de Yasmin Santana; “As vivências e a arte de Jeroni Fernanflor nos espaços ficcionais”, de Alessandra Rodrigues; “Jeroni Fernanflor, uma existência sitiada na beleza e na solidão”, de Ciclone Lawrrence; e “O alumbramento: Sidney, Fernanflor e eu”, de Hérica Karina Cavalcanti de Lima.
“O seminário não apenas celebra a obra, mas também reitera a importância de se manter um diálogo contínuo entre a literatura e a crítica universitária. Este diálogo é essencial para garantir que obras significativas como Fernanflor continuem a ser estudadas e valorizadas, não apenas como parte do patrimônio literário pernambucano, mas também como contribuições importantes para a literatura em todos os níveis”, afirma o professor João Batista.
A obra de Sidney Rocha, de acordo com João Batista, “é marcada por uma constante experimentação formal e temática, a crítica acadêmica se torna ainda mais relevante. Ao analisar obras como Fernanflor no ambiente acadêmico, os estudantes têm a oportunidade de explorar não apenas o conteúdo das obras, mas também as suas formas, estilos e os contextos em que foram produzidas. Esse tipo de análise é valiosa para a compreensão das contribuições de Sidney Rocha para a literatura brasileira e para o reconhecimento de sua importância no panorama literário nacional”.
Nascido no Crato e radicado no Recife, Sidney Rocha estreou com e Sofia, uma ventania para dentro, vencedor do Prêmio Osman Lins, em 1985. A triologia Cromane é formada pelos romances Fernanflor (2015), A estética da indiferença (2018) e Flashes (2020). O mais recente romance do autor é O inferno das repetições, publicado no ano passado. Pelo livro de contos O destino das metáforas, recebeu o Prêmio Jabuti, em 2012. No mesmo gênero, é autor ainda de Matriuska (2009) e de Guerra de Ninguém (2020). Em formato e-book, lançou Castilho Hernandez, o cantor e sua solidão; e destinado ao público jovem, As aventuras de Ícaro (2022).
O encontro “O sublime e a linguagem na poética de Sidney Rocha”, será realizado na sala de seminários do Centro de Ensino de Graduação – Cegoe, na UFRPE – Campus Recife, em Dois Irmãos.