Cícero Belmar, Cleyton Cabral e Ney Anderson fazem lançamento coletivo neste sábado

Autores vão lançar e debater seus novos livros na Academia Pernambuca de Letras, que fica no bairro das Graças

Cícero Belmar vai apresentar ao público um livro que o introduz em um novo gênero: a seleção de crônicas
Cícero Belmar vai apresentar ao público um livro que o introduz em um novo gênero: a seleção de crônicas "Ainda há uma brisa"

Neste sábado, a partir das 16 horas, três escritores, com gêneros totalmente diferentes, reúnem-se para um lançamento coletivo de suas obras. Cícero Belmar, Ney Anderson e Cleyton Cabral vão receber leitores, na Academia Pernambucana de Letras, para apresentar seus últimos livros.

O jornalista e escritor Cícero Belmar, que é romancista e contista, enveredou pela crônica, e apresenta “Ainda há uma brisa”, que traz uma seleção de textos já publicados na revista eletrônica Rubem.  Segundo ele, a seleção fala “muito de uma viagem interna minha, uma viagem para dentro de mim. É um livro que tem muitas coisas que me dizem respeito. Acho que consigo trazer uma narrativa mais poetica, mais sensível, mais delicada de ser.” 

O autor observa: “Apesar de as pessoas acharem que a crônica é um gênero menor, eu não concordo, porque hoje eu percebo que para escrever crônica você fica assim, no limiar…Ela é mais poética, mais simples e mais engraçada, você tem que ter muito cuidado com as palavras. Se você resvalar para um lado, você pode cair tanto no grosseiro quanto no mau gosto, quanto no sem graça. A crônica não é uma coisa vaga, simples ou banal, não. Ela tem uma simplicidade sofisticada.”  

A identificação com o gênero foi tamanha, que Belmar pretende, mais adiante, lançar um segundo livro de crônicas. “Dessa vez como se fosse uma viagem para fora, com as crônicas mais divertidas, do dia a dia do Recife, crônicas de análises e de reflexões.”, explica.

Cleyton Cabral, por sua vez, apresenta “Caderno do Fim do Mundo”, livro escrito durante a pandeira, quando ainda morava no bairro das Graças. Foi o período em que o coronavírus causou o isolamento social. O livro, portanto, surge a partir de suas experiências, sentimentos e angústias. Ele começou ser escrito quase como um “livro-diário”. 

“É um caderno onde registrei o que não cabia nas redes sociais, nas conversas por videochamada ou nos noticiários. Escrevi para não me esquecer do que fomos naquele tempo. E para lembrar que seguimos aqui, mesmo depois de tudo”, diz o autor.

“ Apocalipse Todo Dia”, do escritor Ney Anderson, por sua vez, é uma coletânea de minicontos que, apesar de curtos, revelam potência e violência, uma tristeza e desassossego que esgotam os personagens, mergulhando no caos urbano, na surpresa, nos medos mais visíveis - e principalmente nos invisíveis - do cidadão. 

Nos cerca de 60 contos, Anderson explora um Recife inverso da solar e fluída cidade. Nas narrativas curtas, o autor explora todo assombro da metropolis. Seja os involuntários seja os que as consome dia após dia. Um réveillon que começa glamouroso e acaba com corpos na areia. Uma manha de sol na praia, que finda com tubarões atacando banhistas. Uma esposa que mata o marido ao flagrar uma traição. Relatos que deveriam ter um final feliz, mas que Ney Anderson faz questão de dotar-lhes de um desfecho trágico. E de reforçar que nada está sob controle. Muito pelo contrário.

Além de poder adquirir os livros, os que forem ao lançamento assistirão debates com os três autores, que vão explorar suas obras e a temática dos novos livros. 

Serviço

Lançamentos de livros 

Cícero Belmar - “Ainda há uma brisa”

Cleyton Cabral - “Caderno do Fim do Mundo

Ney Anderson - “Apocalipse Todo Dia”

Onde: Academia Pernambucana de Letras

Quando: Neste sábado, dia 6 de dezembro

Horário: A partir das 16h

Endereço: Avenida Rui Barbosa 1596, Graças