Assim que ponho os pés na rua
E viro as costas pro Sol
A cada esquina
vulto escuro
Solitária Umbra
Mancha Negra de minha vida
Sem rosto
Lembro da sombra humana nos degraus
em Hiroshima
Sem corpo
É minha sombra agora azul que rasteja
Até os teus pés
Onde você pisa distraída
viram breves beges penumbras
Ausência que alimenta a luz
destes versos sombrios
Como mortos na memória
Diferente de mim
Minha sombra se adapta
A todos os obstáculos
Muros, poças, vitrines, lápides,
enquanto avança pela cidade