A Academia Sueca anunciou, nesta quinta-feira (9), o escritor húngaro László Krasznahorkai como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, “por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”. Sua obra mais conhecida internacionalmente e única publicada no Brasil é Sátántangó (Companhia das Letras, 2022), que mereceu o Prêmio Paulo Ronái de melhor tradução do Prêmio Literário da Bilbioteca Nacional (2023), concedido a Paulo George Schiller. Krasznahorkai era um dos principais cotados nas bolsas de apostas do Nobel.
Sátántangó é o romance de estreia de Krasznahorkai e foi originalmente lançado em 1985. Sete anos depois, foi adaptado para o cinema por Béla Tarr, com sete horas de duração. A história da obra acompanha os moradores diversos de uma aldeia húngara e suas movimentações com a chegada de Irimiás e sua companheira Petrina, uma dupla que carrega mistério e que são vistos como mensageiros da esperança ou do juízo final.
Hoje com 71 anos, o escritor húngaro nasceu no dia 5 de janeiro de 1954 em uma fámilia judia de classa média. Durante a vida academica se especializou em latim, formou-se em direito e em língua e literatura húngaras pela antiga Universidade de Budapeste (Hoje chamada de Universidade Eötvös Loránd). Já envolvido com a literatura, começou a trabalhar como autor independente após os estudos e desde seu primeiro romance, seguiu ganhando cada vez mais espaço e significância dentro do universo literário. Ao todo já publicou mais de 20 obras entre romances, novelas, contos, ensaios e entrevistas.
Descrito por Susan Sontag como "o mestre húngaro do apocalipse" e por Colm Tóibín como "um dos artistas mais misteriosos em atividade", László Krasznahorkai esteve na lista de "nobelizáveis" a anos. Junto dele, nomes como o do japonês Haruki Murakami, da canadense Anne Carson e a chilena Isabel Allende também são alguns dos que possuem ampla torcida e aparecem com frequência nas listas.
Sem nunca ter tido um vencedor brasileiro (e apenas um único representante da língua portuguesa com o vencedor José Saramago, em 1998), em 2025 o manauara Milton Hatoum e a mineira Adélia Prado entraram na lista de apostas, porém não sairam vitóriosos. Mesmo configurando como possíbilidades ao prêmio, era improvavel que um deles recebesse o Nobel, visto que suas obras ainda não são amplamente traduzidas ou bem promovidas no exterior.
Em 2025, além do reconhecimento internacional que carrega, o valor do Prêmio Nobel foi estipulado em 11,0 milhões de coroas suecas.