Vai até domingo, dia 26 de outubro, o congresso promovido pela Academia Paraibana de Letras com todas as suas ‘irmãs’ dos outros estados. Na abertura solene e festiva ao mesmo tempo, ocorrida na noite da quinta-feira (23), depois de uma apresentação musical com diversas árias de ópera em clima de karaokê, houve a conferência inaugural.
O escritor Joaquim Falcão, membro da Academia Brasileira de Letras falou da importância da Inteligência Artificial para as academias – a preservação e difusão do seu acervo. Em sintonia com o quadro a óleo recebido de presente do pintor Flávio Tavares – uma alegoria sobre os velhos engenhos de açúcar -, ele deu também um toque alegórico ao próprio nome academia, escrito assim: academIA, para que as duas letras finais da palavraremetam a Inteligência Artificial.
Além das palestras e debates dos acadêmicos, há na programação muitos lançamentos de livros e periódicos. A Companhia Editora de Pernambuco fez divulgar, numa explanação do seu editor, as revistas Continente e Pernambuco. Também foi lançada a revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e da Paranaense, que sediará o próximo congresso, em setembro de 2026. O escritor Ernani Buchmann trouxe o seu Breve memorial joinvilense. Ele, que além da paranaense, é membro de outras academias, no sul do Brasil, brinda o leitor com recordações sob a forma de crônica, num lirismo de pura camaradagem com o leitor. Como neste trecho:
“Quando fiz sete anos, recebi dele o Atlas Mundial do Padre Geraldo José Panwels, a bordo do qual fiz inúmeras voltas ao mundo, conheci todas as capitais e nunca mais voltei – pelo menos, nunca mais voltei a ser o mesmo. Anos depois, me presenteou com o dicionário de Laudelino Freire, que disputei com as traças e perdi.”
Se a memória e a história têm um acordo íntimo como o da mão esquerda com a mão direita, como disse o poeta, o certo é que a musa Clio esteve muito presente. Com o historiador José Octavio de Arruda Mello. Nos livros, nas falas, nos debates, nas entrevistas de Mary del Priore, a historiadora. Na biografia de Afonso Pereira, que reconstrói um homem na história, e a história em um homem, do historiador Francisco de Sales Gaudêncio.