Os 60 anos de morte de TS Eliot, o poeta que, em meio a crise pessoal, forjou o modernismo em língua inglesa

“É assim que acaba o mundo
É assim que acaba o mundo
É assim que acaba o mundo
Não com um estrondo, mas com um gemido.´”

Há cem anos, o poeta americano-britânico TS Eliot publicava o poema The Hollow Men, que se encerrava com esses versos. Esses são "provavelmente os versos mais citados de qualquer poeta do século 20 que tenha escrito em inglês", de acordo com o jornal New York Times, ao publicar o obituário do autor de The Waste Land, The love song of J. Alfred Prufrock, Ash os Wednesday e Four quartets. Eliot morreu num dia 4 de janeiro, em 1965, em Londres, aos 76 anos.

Thomas Sterns Eliot nasceu em 26 de setembro de 1988., em St. Louis, no Missouri, estudou em Harvard. Mudou-se para Inglaterra com uma bolsa de estudos em Oxford, passando a viver a cena literária de Londres, onde iria se fixar até a sua morte, a contragosto da família.

Sob a influência dos poetas simbolistas franceses Rimbaud, Verlaine e Laforgue, impulsionado pelo compatriota Ezra Pound, se insurgiu contra a poesia romântica e a crítica impressionista. Com The love song of J. Alfred Prufrock (1915), escrito aos 22 anos, estabeleceu o marco do modernismo do início do século XX na Inglaterra. Eliot “foi pioneiro no uso do monólogo interior, em sua estrutura fragmentada e em sua surpreendente linguagem figurativa”, de acordo com Anthony Domestico e Pericles Lewis, em sua biografia para o site da Universidade de Yale.

A busca por redenção e renovação em uma paisagem estéril e espiritualmente vazia após os conflitos da Primeira Guerra Mundial é retratada em The Waste Land, escrito em um momento crítico de sua vida, quando enfrentava um relacionamento conjugal conturbado e passava por um período de depressão. O poema é marcado por imagens fragmentárias e alusões obscuras ea provoca uma leitura ativa na interpretação.