Estátua para Frei Caneca e lançamento de livros marcam encerramento do Bicentenário da Confederação do Equador

Os historiadores Julio Lima Verde Campos de Oliveira e André Heráclio do Rêgo participaram do seminário sobre a Confederação do Equador no Senado
Os historiadores Julio Lima Verde Campos de Oliveira e André Heráclio do Rêgo participaram do seminário sobre a Confederação do Equador no Senado

O governo de Pernambuco realiza, nesta quarta-feira (2/7), às 10h, a solenidade de encerramento das comemorações do Bicentenário da Confederação do Equador. Presidida pela governadora Raquel Lyra, durante a cerimônia no Palácio do Campo das Princesas será inaugurada a estátua de Frei Caneca, líder do movimento revolucionário constitucionalista e republicano de 1824, que foi martirizado e arcabuzado no Forte das Cinco Pontas, após os carrascos se recusarem a enforcá-lo.

As ações relacionadas ao bicentenário da Confederação do Equador em Pernambuco foram coordenadas pela vice-governadora Priscila Krause.No evento está prevista, ainda, a entrega de uma medalha institucional comemorativa a 13 instituições, como forma de homenagear os ideais defendidos pela Confederação do Equador e preservar a memória de sua contribuição para a formação política e social do país.

Em Brasília, a Comissão Temporária em Comemoração aos 200 anos da Confederação do Equador do Senado Federal, presidida pela senadora Teresa Leitão (PT-PE), realizou, nesta terça-feira (1º/7), uma audiência pública em forma de seminário que debateu os reflexos da Confederação na história do Brasil e a importância de suas ideias para o país.

Deflagrada em Pernambuco e tendo se espalhado por províncias da região – Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará – a Confederação do Equador é considerada uma continuação da Revolução de 1817, e foi uma das principais contestações ao reinado do imperador D. Pedro I.

A audiência no Senado foi precedida do lançamento, no Salão Negro do Congresso Nacional, dos livros A primeira Revolução Constitucionalista brasileira: a Confederação do Equador no seu bicentenário; Visões pernambucanas sobre a Independência e o Império: Joaquim Nabuco, Oliveira Lima, Gilberto Freyre e Evaldo Cabral de Mello; e Entre o Império e a República: o Século XIX na obra de Gilberto Freyre, esta última de autoria do diplomata e historiador pernambucano André Heráclio do Rêgo, que assina a organização dos outros dois livros citados.

O seminário contou com a participação dos historiadores George Félix Cabral de Souza, Josemir Camilo de Melo e Júlio Lima Verde Campos de Oliveira, além de André Heráclio do Rêgo. A comissão do Senado também organizou outras atividades, como a publicação de livros, a produção de um documentário e a realização de eventos em parceria com órgãos públicos, universidades e associações históricas.

"Uma das principais razões pelas quais é fundamental que a Confederação do Equador seja divulgada é a atualidade da discussão. As questões que levaram a eclosão do movimento passaram por temas ainda hoje quentes e por questões ainda hoje não solucionadas", afirma o historiador George Cabral, doutor em História pela Universidade de Salamanca (Espanha), professor do Departamento de História da UFPE e pesquisador CNPq,  membro efetivo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) e da Academia Pernambucana de Letras.

"A Confederação do Equador foi uma reação a um golpe de Estado perpetrado pelo próprio imperador. Ele fechou a nossa primeira Assembleia Constituinte e impôs uma Constituição que lhe dava poderes excessivos por intermédio do Poder Moderador. Dessa forma ele rompeu o juramento que havia feito de respeitar a autonomia das províncias. O eixo central dessa discussão passa pela noção de respeito a ordem constitucional e pelo chamado pacto federativo, temas totalmente atuais. Logo, discutir a Confederação do Equador nos permite fazer uma ponte entre presente e passado para melhor compreender os desafios que a contemporaneidade impõe à sociedade brasileira, para além de honrar a memória das pessoas que se sacrificaram em defesa de um projeto de país mais justo e soberano", explica George Cabral.

No próximo dia 7, o Senado Federal realiza uma cerimônia de entrega de certificados de reconhecimento a instituições, autoridades e pesquisadores que se destacam na difusão do conhecimento a respeito da Confederação do Equador e contribuíram de forma significativa na condução dos trabalhos da comissão temporária de comemoração do bicentenário.

Serviço:

Solenidade de Encerramento do Bicentenário da Confederação do Equador e Inauguração da Estátua de Frei Caneca
Quarta, 2 de julho
Horário: 10h
Local: Palácio do Campo das Princesas