O poeta Gilberto Freyre volta às livrarias. Numa iniciativa da Global Editora, o livro Talvez poesia, do mestre de Apipucos, está ganhando nova e bela reedição, com prefácio do autor e introdução de Ledo Ivo, além de uma biobibliografia de Edson Nery da Fonseca,destacando a imensa sensualidade de Freyre, com suas mulatas de seios amorosos e seus meninos inocentes, guardados e protegidos por sinhazinhas, ávidas de paixão pelos meninos e pelos parentes. “Deixa-se docemente marcar até/ pelo pé/ de um menino/ que corra/empinando um papagaio. Até/ pelas rodas de um cabriolé/ velho que vá/ aos solavancos/ de um engenho/ de fogo morto”, escreve Freyre. No entanto, é preciso não confundir. O livro não é erótico, mergulha na imensa sensualidade brasileira e pernambucana, com a natural qualidade do escritor nordestino, marcado pela poética de Carlos Drummond de Andrade, a quem oferece a obra.