Élisabeth Roudinesco (foto) é hoje uma espécie de bastião a defender a Psicanálise dos seus inúmeros detratores. Desta vez, a historiadora, psicanalista e colunista do Le Monde se reúne ao escritor e filósofo Alan Badiou para repensar o legado de Jacques Lacan, o pensador da desordem, em Jacques Lacan — Passado presente. Os dois autores dedicam grande parte do livro aos encontros que tiveram com a obra lacaniana. Primeiro um encontro social e, depois, um encontro com suas ideias, suas posições políticas, sua relação com a filosofia e o controle por ele exercido sobre o mundo intelectual dos anos 1960 e 1970. “Lacan, por um lado, foi quem fez os filósofos compreenderem que a Psicanálise trazia uma revolução filosófica. Por outro, porém, foi quem levou os psicanalistas a se voltarem para a filosofia. Esse segundo movimento da balança me parece capital: Lacan se alimentou da filosofia e fez muitos filósofos irem a seu seminário para empurrar para cima os psicanalistas”, observa Roudinesco.