Com seis livros já publicados, o escritor e poeta gaúcho Paulo Scott lançou, no final do ano passado, Habitante irreal, narrativa vencedora do programa de bolsa de criação literária da Petrobras. Com edição cuidadosa da Alfaguara, a obra conta a história de Paulo, um estudante de Direito e militante político do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1989.


Em Porto Alegre, primeira capital a ser governada pelo partido, Paulo vive o paradoxo de estagiar em um escritório de advocacia e vivenciar encontros políticos clandestinos, dos quais se vê cada vez mais distante e desiludido. Um dia, em uma estrada no interior do estado, ele vê uma pequena índia segurando alguns jornais e revistas debaixo da chuva. Resolve dar carona para ela, modificando completamente a vida dos dois.


Apaixonado por Maína, Paulo começa a tomar rumos radicais nas suas escolhas pessoais – abandona o trabalho e a militância – e termina interferindo na vida da garota de 14 anos. Além de uma narrativa voraz e veloz, Habitante irreal é um registro do momento político e social dos anos 1980 e 1990. (Diogo Guedes)