A discussão propriamente filosófica a respeito de uma definição do que seria “felicidade” começou na Grécia, e Aristóteles foi o primeiro a tentar estabelecer uma conceituação “completa e articulada” sobre essa ideia que faz parte, naturalmente, do senso comum. De fato, todos nós fugimos das frustrações e buscamos um ideal próprio do que é a plena realização pessoal. Breve história da felicidade, de Nicholas White, mostra como tal discussão surge e se desenvolve na filosofia ocidental. O autor acredita que a variedade e complexidade dos nossos anseios é a grande dificuldade na hora de trabalhar com o tema. Não nos satisfazemos com um objetivo último, ainda que grandioso... Queremos muito e sempre mais; e o pior: queremos coisas que acabam impedindo a realização de outras coisas. O conflito entre nossos próprios desejos é uma situação incontornável. Portanto, a felicidade é sempre incerta: “Só isso hoje podemos dizer: o que não somos, o que não queremos”, como escreveu Eugenio Montale.