Apesar do sucesso comercial, que se deu principalmente nos anos 1980, quando autoras como Ruth Rocha e Marisa Lajolo se consolidaram, a literatura infantil ainda carece de produção crítica. Principalmente no Brasil, onde a maioria das pesquisas acadêmicas converge para a produção nacional da era pré-Harry Potter, Crepúsculo e produtos afins. Não que o inglês Peter Hunt, que está mais para Rudyard Kipling, tenha perdido tempo com eles. O estudioso de 65 anos – pai de quatro filhas – é uma autoridade no assunto. Em Crítica, Teoria e literatura infantil, o professor emérito da Universidade de Cardiff (na Inglaterra) lança seus argumentos contra um batido preconceito literário: o de que o gênero infantil seria subliteratura. Essa atitude pode romper as fronteiras acadêmicas e interferir diretamente na educação infantil. Hunt, em seu livro, atesta que o pensamento pode ser adotado nas federações de livros infantis, e, por conseguinte, na escolha do material didático. Passados quase 20 anos do lançamento de Crítica... em seu país natal, a obra foi atualizada. Há, inclusive, um pertinente capítulo sobre as novas mídias.
ENSAIO
Crítica, teoria e literatura infantil
Autor - Peter Hunt
Editora - Cosac Naify
Preço - R$ 59
Páginas - 326