Carolina Ribeiro/Divulgação

Selecionado como um dos 20 melhores jovens escritores brasileiros pela revista Granta, Miguel Del Castilho faz em seu livro de estreia uma compilação de 10 contos e uma novela, cujo laço se torna a procura do afeto, numa busca compartilhada pelos personagens presentes em todas as histórias. Particular atenção para Violeta, conto que rendeu ao autor seu lugar de honra na lista da Granta e que lida com as memórias até hoje mal-absorvidas dos regimes ditatoriais da América Latina. Nele, Miguel Angel é um brasileiro que, escavando sua gênese, se descobre homônimo de um primo seu, desaparecido durante a ditadura no Uruguai. Violeta, que dá nome ao conto, é a mãe desse rapaz, uma mulher violentada em sessões de tortura infindáveis. Trabalhando atualmente como editor na Cosac Naify, Del Castilho se mostra como uma das mais proeminentes promessas da literatura brasileira, e o fato de se lançar em um livro de contos, e não no esperado “primeiro romance”, é testemunho de que, além do texto experiente, ele também sabe fugir dos lugares-comuns.