É verdade que o Brasil não tem uma tradição de romances policiais. Mas também é verdade que, no Brasil, tem bons romancistas policiais.
É o caso, por exemplo, de Luiz Alfredo Garcia, cuja obra desperta sempre a atenção de um número cada vez maior de leitores. E esse é um leitor específico e exigente: se não gosta, nunca mais volta. Também desde o seu romance de estreia – O silêncio da chuva -, que ganhou o Prêmio Jabuti, de 1997,  a crítica tem visto nele um autor bom de fábula e de seduções. Agora, lança um novo romance, em que o personagem Marcos Rosalbo some sem deixar vestígios, para preocupação da mulher, da família e da polícia. A partir daí, surgem suicídios, mortes, perseguições, ainda mais sumiços. Em casos como esse, a figura do delegado Espinosa – os leitores já sabem que se trata do personagem principal de Garcia – ocupa todos os espaços, em meio a outros tantos personagens, que ora ilustram, ora são decisivos para a trama. (Raimundo Carrero)