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Em seu quinto livro, O inventário das coisas ausentes, a mezzo chilena mezzo brasileira Carola Saavedra tem uma pretensão pessoal de investigar o fluxo de ideias que acaba resultando em uma história ou o quanto de memória e esquecimento do escritor vem junto com as páginas de seu romance. A ideia soa mais interessante que o resultado. O livro, dividido em duas partes (a primeira são anotações de uma futura história; a segunda o desenrolar propriamente dito da ficção), apresenta, assim como em Flores azuis, a relação falida de um casal permeada por idas e vindas. A diferença é que em O inventário, Carola também desenvolve uma temática familiar, presente com fervor no segundo capítulo. Esse “jogo de espelho” literário, no qual as vozes narrativas se misturam, formando, no final, uma só, parece ser um artifício querido pela autora. Porém, suas construções narrativas não são atraentes e soam, muitas vezes, vazias. Apesar de consolidada, Carola parece ainda estar em processo de encontro com a escrita.