O filósofo francês defende em seu novo livro que os sentidos antigos, que guiavam o mundo, perderam o seu lugar de norteador do homem com ascensão que a ideia de amor ganhou. Ascensão essa que cria um princípio de significado e uma completa redefinição da expressão “levar uma boa vida”. Ferry associa a isso a atenção que as pessoas dedicam à família, baseada não mais no casamento arranjado, mas no casamento por amor, aos filhos e à sua descendência. O arco e a flecha do deus Eros não visam mais somente ao coração dos amantes, recíprocos ou não, mas também à família, acrescida da humanidade. Ainda de acordo com o autor, deste pensamento provêm a inquietude e o cuidado ecológico, a caridade humanitária e a diplomacia da paz em uma sociedade bem menos egoísta. Como em muitos de seus livros anteriores, Luc Ferry escreve de maneira cuidadosa, tentando conduzir até seu mais modesto leitor por uma caminhada voluntária de esclarecimento pedagógico.