O sempre celebrado e nunca esquecido Rubem Braga (foto) amava prostitutas e achava o Teatro de Santa Isabel extraordinariamente feio. A confissão é feita na biografia do escritor capixaba Um cigano fazendeiro do ar, publicada pela Editora Globo, de São Paulo, com autorização e recomendação da família — o livro é oferecido, entre outros, a Júlia Braga, filha de Rubem. A declaração do cronista a respeito do teatro é destacada porque Rubem morou no Recife na década de 1930 e escrevia para o Diário de Pernambuco, embora o fato nem sempre seja destacado pelo jornal associado. Além disso, conforme os amigos, estava disposto a enfrentar Lampião, a quem chamava de “Bárbaro e covarde”, embora escrevesse que “há algum pensamento cego atrás dos óculos de Lampião, suas alpercatas rudes pisam algum terreno sagrado”. E acrescenta: “Ele próprio não é cangaceiro apenas por motivos geográficos — mas por causa do reumatismo”. O livro é toda uma grande reflexão sobre a cultura literária e jornalística brasileira, sem ser meramente laudatória.