São de Fortaleza (CE), Ouro Preto (MG), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ), os vencedores do concurso 100 Anos da Imprensa Oficial de Pernambuco – Prêmio Nacional Cepe de Literatura, nas categorias Literatura Infantojuvenil, Romance, Contos, e Poesia, respectivamente. O concurso foi promovido pelo governo do Estado por meio da Companhia Editora de Pernambuco, vinculada à Casa Civil, em comemoração ao centenário da lei assinada pelo governador Manoel Borba, em 27 de dezembro de 1915, criando a Imprensa Oficial de Pernambuco.
O vencedor de cada categoria receberá o prêmio de 20 mil reais, mais a publicação do seu livro pela Cepe Editora. São eles: Helton Alexandre Pereira Alencar,de Fortaleza, que concorreu com a obra infantojuvenil E eu, só uma pedra; Sérgio Corrêa de Siqueira, de Ouro Preto-MG, vencedor na categoria Romance com O grande massacre das vacas; Guilherme Azambuja Castro, vencedor na categoria Contos com O amor que não sentimos e outros contos e Marcus Vinicius Teixeira Quiroga Pereira, do Rio de Janeiro, vencedor com Elogio do carvão, na categoria Poesia.
Participaram do concurso 579 inscritos de quase todos os estados brasileiros, com maior incidência de pernambucanos, paulistas, mineiros, cariocas e gaúchos, paranaenses e baianos. Brasileiros residentes no exterior também participaram, sendo dois de Portugal, um dos Estados Unidos, um do Chile e um da Holanda.
O julgamento foi realizado em duas etapas, com uma comissão de pré-seleção e outra de premiação, ambas formadas por pessoas de renome na área de literatura. A primeira comissão, que selecionou as 10 melhores obras de cada categoria, contou com o escritor e editor Christiano Aguiar, o jornalista e escritor Eduardo César Maia, a poetisa Jussara Salazar e o poeta e pesquisador Fábio Andrade. A comissão de premiação (foto acima) foi formada pelo romancista, crítico, biógrafo, cronista, contista e jornalista José Castello (que também é colunista do Suplemento Pernambuco), pelo escritor, jornalista, dramaturgo e roteirista Luis Henrique Pellanda e pelo professor e escritor Anco Márcio Tenório Vieira, coeditor da revista Investigações, do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UFPE).
Segundo parecer da comissão, que elegeu o vencedor de cada categoria, é de grande "ousadia intelectual" o livro E eu, só uma pedra, de Helton Alexandre, cujo protagonista – uma pedra – foge dos clichês e estereótipos que costumam cercar as histórias infantis. Elogio do carvão, de Marcus Vinicius Quiroga, foi visto como "uma obra que reflete a respeito da própria poesia, vista não só como atividade intelectual mas como forma de expressão lírica". Em O massacre das vacas, de Sérgio Corrêa de Siqueira, vem "com uma narrativa equilibrada, firme e persuasiva, que envereda pelo romance histórico mas submete a história à ficção, recriando pela imaginação o passado brasileiro". Finalmente, o conjunto de contos de O amor que não sentimos, de Guilherme Azambuja Castro, trata as relações familiares e emocionais com "delicadeza, sensibilidade original e ótimo uso da oralidade, além de fazer uso equilibrado das referências extraídas da cultura pop, geracionais ou das tradições gaúchas."