Recife tem poetas que fogem do norte cabralino que tem orientado tantos outros. Um Severino Filgueira, um Almir Castro Barros e um Weydson Barros Leal constroem uma poesia que oscila entre o hermetismo, o surrealismo e até o non sense. É uma prova de diversidade estimulante, de autonomia, e da busca de uma voz própria que nunca é forçada nos verdadeiros poetas, mas sim, uma necessidade. Dentro desta linha está Celso Mesquita, que lançou A romã, pela Livro Rápido, uma coletânea de poemas curtos. Um fragmento revela a beleza de seus versos: “Inicia-se sob o cantor solitário/ a manhã, o longo do dia, e os acidentes/ e a saudade de dois girassóis”. Ou ainda este verso com que encerra um outro poema: “Recife é rima de solidão”. Um livro para se guardar.