O escritor argentino Rodrigo Fresán escreveu um dos ensaios presentes da edição especial de Androides sonham com ovelhas elétricas?, de Philip K. Dick, que a Editora Aleph lança agora para aproveitar a chegada do novo Blade Runner aos cinemas. Vale ressaltar que a edição da Aleph, com tradução de Ronaldo Bressane, é a primeira no Brasil a manter o enigmático título do romance.

Autor de uma das obras mais potentes para se pensar o que sustenta o imaginário emocional do gênero sci-fi, o romance O fundo do céu, Fresán listou com exclusividade para o Pernambuco os seus livros de ficção científica favoritos.

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A invenção de Morel (Adolfo Bioy Casares)

“Uma ficção científica supostamente tradicional (com ecos de H.G.Wells), mas que se recria de forma bem original numa ultracontemplativa história de amor por uma máquina maravilhosa e por uma mulher fatal. Ou vice-versa”.

 

2001 – Uma odisseia no espaço (Arthur C. Clarke)

“Uma das catedrais do gênero e, para mim, a percepção de que se pode contar muito sem a obrigação de precisar explicar tudo”.

 

O homem do castelo alto (Philip K. Dick)

“O Ubik. Os três enigmas de Palmer Eldritch. A trilogia VALIS. E, claro, Androides sonham com ovelhas elétricas? Na verdade, Dick é um estado de espírito. E todos os seus livros se fundem numa só ideia: o que é real e o que não é? E acima de tudo: o futuro não é tão importante assim no final das contas”.

 

Matadouro 5 (Kurt Vonnegut)

“Um livro de não ficção científica mas com ficção científica. E com um 'heroi' vivendo todos os tempos ao mesmo tempo e com os livros tralfamadorianos [Tralfamadore é uma raça de extraterrestres que aparece em vários livros de Vonnegut] e com tantas, tantas outras coisas.”

 

Y un bonus-track:

El eternauta (Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano López)

“Graphic novel clássica argentina que honra um dos principais temas do gênero – a invasão extraterrestre –, ao mesmo tempo que a reinventa. E a história transcorre em Buenos Aires”.