A Ciência como ela é 1 Matheus Mota dez.21

 

Em agosto de 2020, quando a pandemia de covid-19 ainda exigia de cientistas ao redor do mundo noites insones numa corrida para buscar uma vacina e entender de que maneira o vírus se comportava e se espalhava, o Pernambuco, em parceria com o Instituto Serrapilheira, lançou uma série de contos inéditos, escritos por 12 escritoras e escritores brasileiros. A série foi batizada de Botão Vermelho, o índice de "urgência" implícito ao nome. A ideia era fabular com inspiração em pesquisas científicas apoiadas pelo Serrapilheira. A motivação vinha simultaneamente do desejo de divulgar a fortuna da ciência produzida no Brasil em ambientes da imaginação, mas sobretudo de dar relevo a um trabalho que se tornou alvo de perseguições negacionistas. Em outubro de 2021, a ciência brasileira sofre um baque de proporções trágicas. Mais de 90% do orçamento para a ciência no país foi cortado, há um projeto de destruição em curso. Novamente, é preciso falar de ciência. E desta vez, mais especificamente falar de quem a produz.

Esta série em parceria com o Serrapilheira chama-se A ciência como ela é, e reúne crônicas e ensaios literários inspirados em cientistas de todo o Brasil que, de dentro de seus cotidianos e pequenos grandes feitos, nos tocam nas dimensões mais essenciais e afetivas de nosso relacionamento com o mundo. 

A ciência como ela é tem edição da pesquisadora e curadora Carol Almeida e imagens do ilustrador e animador Matheus Mota. Clique aqui e leia os textos já publicados.


***

Ah que pavoroso seria… determinar pela genética que alguém é pilantra ou generoso, referendar por natureza molecular a mão honesta ou vingativa. Garantir como serviçal ou suspeito, mandar pro mofo ou pra tranca, por causa do pingo de tinta de suas células. Eta pretexto cabuloso pra varredura, terror e empáfia. Justificativa cintilante pra firmar trono. Aval pra marechais estralarem chiliques e arrombos, cantarem jeitos químicos pros seus chicotes. Medindo bochechas, examinando triscas de fios de cabelos, investigando texturas de pele, comparando pontilhados epiteliais e citoplasmas… sumariar quem é o povaréu apto a colaborar com o planeta e valer a humanidade. E emendar quem é a cambada nata pra ser arrebentada. Decretar na eugenia quem deve ser incinerado, esterilizado, enfurnado no gueto, encoleirado num pique canino. Instituir quem deve receber a doação na cumbuquinha entre ferrolhos e palafitas, a mesma merenda bem fotografada que garanta louvação ao doador benevolente ou autorize suas pancadas pedagógicas, preço de um fardo civilizatório. Pela eugenia rastrear a pista indiscutível da raça amada por Deus, dotada de altos desígnios até que se dilua na vala os elementos nocivos ao progresso da nação. Instigante e benfazeja missão de aniquilar o pária da pátria. Ali no gene, no lábio farto e na panca da anca, demonstrar a prova do miserê espiritual dos lascivos, mote pulsante pros graúdos propagarem quem deve ser atendido de bandeja e deve levantar as sobrancelhas da sua galhardia por sua magna concepção natural. Salve os digníssimos faróis da brancura imaculada, sobreviventes do convívio com lepras e trevas. Fortaleza moral inscrita nas moléculas, ainda a lidar com os incêndios de seus casarões e os revides dos selvagens, incapazes de compreender a bença de sua purgação.

Inda bem que isso nunquinha aconteceu, jamais foi campanha de governo e de estado, de psicólogo nem de reitor. Ninguém definiu nas pradarias de cá e laboratórios de acolá que miolo de corpo seria motivo pra carimbar na testa de uns infelizes a chancela de preguiçoso e traíra; que matéria de suor e cabelo serviria pra estampar no queixo de uns tais semi-humanos a marca da ferocidade e nos seus álbuns de família anotar no cantinho da foto: “todos com incapacidade inata de concentração”. Talvez reverberasse até hoje… em perseguições dos guardas farejando cassetetes nos calcanhares de um gentio panaca e ladino, larápio por concepção. Já pensaste? Uma guria (ou uma cientista!) por sua cor (“fenótipo” no linguajar bibliográfico) ser vigiada ao flanar entre as lojas, ser causa da troca do chiado alerta entre os radinhos da segurança do shopping quando fosse exercer seu direito borbulhante do prazer das compras? Quer abater esses chupins degenerados que não consomem nada e nem têm cartão de crédito ainda vá lá… nem azeitam a roda dos preços do mundo! Pra isso valem metrancas, correias e penitenciárias. Mas mirar quem recheasse as sacolas na mansarda lisinha do ShopCent! Que heresia. Já imaginaste? Desqualificarem pessoas em triagens de fórum apenas porque juízas vissem fotografias de pigmentos e narizes diferentes em processos criminais iguais, ali onde relatórios de escrivães apontassem apreensão dos mesmos dez gramas de fumo ilícito? E assim, as meritíssimas excelências já imputassem em sua caneta clara claríssima a cela para uns, os naturais sujismundos, que encontrariam num cubículo de cela outros quarenta de sua deplorável estirpe (essas malinas verminoses da sociedade, que se não extirpamos reproduzem-se feito coelhos nascidos de baratas). Ou imagine, melhor assim na mente, a magistral juíza exigindo ao moço parecido com ela, digno em sua brancura, um advogado bão pra defesa e a espera na rua até os referendos finais de um julgamento equilibrado. Juíza convicta por formação emanando excelso humanismo, determinando ser o réu muito mais pessoa, nada bichoso. Ah, sim! Eis uma glória da nação, o níveo coração imparcial da juíza, soberana tão beneplácita que nos comove, encarando na foto a face galega de um moçoilo talvez injustiçado por um louvável soldado que naquela manhã tivesse chutado um pedregulho com seu coturno chulezento e, alterado assim seu humor heroico, então autuado com alguma impaciência, mas muita gentileza, um menino repleto de caminhos de luz a desabrochar, nada de estreitos sombrios nítidos em sua pele, em sua feição suspeita e pesada. Aquele rapazinho que cometeu um ou dois deslizes mas que se olhássemos no nariz não veríamos cara de estuprador, sequestrador, nem pinta de molengão ou ladrão de varal.

Ora, ora. É muita fantasia crer que um país empilharia seus tijolinhos de leis e laboratórios numa tal mixórdia. Importaria do glorioso norte bancos de genes para a melhoria e alegria de seu povo, enfim refinado. Haja ficção científica. Haja pânico de horror sobrenatural. Quem aguentaria? Quem confortaria? Cale-se, ô escriba. Feche a boca da caneta. Invente, mas não force tanto assim que tu perde o prumo, os leitores e o feijão.

***

“Os estigmas de degeneração física que apresenta são comuns à sua raça: lábios grossos, nariz esborrachado, seios enormes e pés chatos” — laudo do Manicômio do Juquery, início do século XX.

“A população mista do Brasil deverá ter, no intervalo de um século, um aspecto bem diferente do atual. As correntes de imigração europeia, aumentando a cada dia mais o elemento branco desta população, acabarão por sufocar os elementos nos quais poderia persistir ainda alguns traços do negro. Daqui um século, a “raça branca” será 80% da população brasileira; os indígenas, 17%; os mestiços, 3%; e a “raça negra” irá desaparecer de vez do território nacional. […] O Brasil será então uma nação inteiramente branca, um dos principais centros da civilização do mundo” — Dr. João Baptista Lacerda, representante oficial do governo brasileiro, apresenta nosso projeto de nação no I Congresso Internacional das Raças. Londres, 1911.

***

Ela é Evaristo. De manhãzinha desperta na nova moradia, um apartamento, depois de quase seis décadas de casa larga com quintalzão de desfrutar, delicioso mas difícil de cuidar em Vila Isabel. Agora ela se adequa a residir em prédio, ao lar menor e sem a mãe, companheira de sempre e recém-falecida. Projeta organizar as varandas e ali serenar os pés para o olhar ganhar amplidões, afora e dentro de si, após os dias de acuidade na vista cientista que rege microscópios. Professora, coordena grupos internacionais de pesquisa e puxa cursos que formam novas técnicas para a análise elementar de exames de prevenção e combate ao câncer ginecológico.

Faz seu desjejum cotidiano ao chegar no hospital. Ali diariamente pousa e desenha tranquila o recomeço da jornada, sente o ambiente. Fumegante na xicrinha o café e vagarosa a manteiga no pão, rotina delineada no conforto do seu lugar de ofício. A travessia é breve, o ônibus a leva da Tijuca à Rodoviária e ali no hospital as análises acontecem. Esfoliações vaginais expondo no tiquinho de detalhes que a citotecnologia monitorada pela cientista haverá de ratificar. Legados de Papanicolau. Na Divisão de Anatomia Patológica do Instituto Nacional do Câncer, o INCA, o microscópio quase se pergunta se é um microfone, acariciado pela quentura macia da cantoria de Simone Evaristo. Soprano, flui sussurrado um canto prazeroso enquanto ela examina células atenta às formas, geometrias e espalhamentos. Dedica-se às minúcias, densidades e cores. Detecta pequeninas diferenças que se agigantam na lente. Lapidou suas íris de pintora perfeccionista. Concentra, carece atenção a investigação. A música afina, acarinha o pensamento, direciona o olhar às frestas e conjuntos do que foi colhido por vezes recheado de medo. Coletas de pacientes na expectativa escabrosa, temores de tumores, dentes ansiosos espetando lábios e lacerando unhas, madrugadas aflitas aguardando a resposta de viver, coração no papel carimbado do exame que contraria sintomas ou apenas confirma suavidade e receita cuidados aos passos adiante. Na lâmina observada por Simone, talvez aflorem os sulcos de uma enfermidade ou, quiçá, alívios de agonias. Ali, no invisível ao olho sem microscópio, há uma amostra de vida, como um mar cabe numa gota e num átomo mora o cosmos.

Nas células vibram sonhos? Fosse cinema ou orquestra o que irradiaria daquele límpido labirinto? Câmera invertida, do microscópio flutuariam ardidos os desejos ainda tatuados nas células? Elevariam-se às alturas, leves de se irmanar às pipas, ou despencariam toneladeiros de rachar o piso? Memórias ainda em citoplasmas e matérias epiteliais soprariam medos gélidos, despertando incontrolável tremedeira, ou incendiariam entusiasmadas as faces da cientista, com suas iras e vaidades?

A Ciência como ela é 2 Matheus Mota dez.21 

Foco numa célula. Uai. O desenho parece usar uma farda, um capacete? Não, não, será um colete e uma gravata? Lembra agente secreto de seriado antigo, elegância capenga de perfume vencido. A célula parece estar de pé e ter tornozelos cansados, arriando. Seria a célula de um vigia de supermercados? Homem de medos secretos pinicando o seu pulso sempre firme. Aflições da barriga da filharada roncar, ziquizira de vexames, como aquela pisada falsa no vão entre o trem e a plataforma, entalado clamando socorro e retirado pelos vendedores que delatava aos agentes do comboio, aqueles que segurava pelo colarinho enquanto despejava chocolates e cargas de segunda nos trilhos, sorrindo fino. A célula parece trazer um cinema, veja como se agita. Ali estorvos, vergonhas do homem maciço, raivas congeladas na boca do estômago. Como as acusações que recebeu da professorinha diante da turma, naquele furto de estojo em sua classe da sétima série primária, a última que cursou. Estojo depois encontrado sob a carteira da reclamante, enquanto ele gaguejava inocência e se coçava nas coxas, enfiando o dedo no próprio umbigo, como faz até hoje quando perde de vista o gentio que no treinamento aprendeu ser periculoso e inclinado a roubinhos. São aflições aquilo colorindo o citoplasma na lâmina de Simone Evaristo? Exame de citopatologia do rapagão. A célula parece resfolegar como um vibrante baiacu inchando de nervoso, forjando calmaria enquanto persegue mãe e filha já adultas no Shopping onde ele resguarda lojas cintilantes e manipula radinhos. A célula cisca e tropica, acende desesperos infantis, espalha geometrias em linhas difíceis de demarcar, feito as asas de uma galinha descabeçada, a degolada pela vó que ele, vigia menino, observava no quintal e se bateu nas paredes até saltar pra cima de seus lábios grossos, a penosa morta e voadora que enganchou no seu cabelo unhas de pé de galinha que ele nunca mais conseguiu chupar. Comia feijão e farinha sem olhar pra mistura e tomava da vó taponas na goela por isso, ali onde hoje a gravata de encarregado da segurança mais sufoca. Na praça de alimentação do palacete, dá voltas e se distancia da loja de frango frito sem confessar seus pesadelos pros graúdos colegas de profissão, formados em chacota quando afrouxam seus nós e engorduram seus dedos na feliz hora do rango. No microscópio de Evaristo, nada consta cancerígeno, apenas essa estranheza que salpica manchinhas. Nada grave… Por enquanto, não requer mais procedimentos do departamento de prevenções.

Pois décadas de profissão, domínio e regência no labor minucioso e microscópico, brota uma pergunta: será possível sondar e pinçar os labirintos de cada pessoa que forneceu uma risca de célula? Detectar ali as loucuras. O que fica sonoro dos tombos, o que permanece sutil como um cílio de uma merenda trocada na infância, de um momento em que se confundiu nos caminhos do casarão, de um lance de raiva que inflamou ao despertar mui cedo com britadeira ou furadeira do vizinho em obras. Ali, calejada na profissão analítica, socorrendo a tempo de cura, antevendo tratos, fornecendo bases pra receitas, seria possível encontrar nas células traquinas as obsessões e traumas mais íntimos da gente? Evaporam dali os sonhos e querenças mais guardados?

 

Simone Evaristo aguça mais as vistas e encontra uma musicália ressoando nos plasmas e finuras de tecidos de outro exame que investiga. Exala mel num instante, um vocal conforta. Já noutro lance o microscópio se preenche de uma melodia salobra, combinando lamento e alegria. É a cantoria, ela perfura, aninha, decifra. Acende arrepios e lambe pus de hematomas antigos, daquelas navalhas que rasgaram o que não se tateia. É sua a célula que analisa? Troca o olho pelo ouvido, encosta a orelha no seu instrumento de trabalho. Apenas silêncio ressoa, silêncio que grita. Olha profundo novamente, cílios roçam a lente e vê nitidamente a célula feito uma partitura. Volta a escutar a orquestra grafada em plena citologia. Pisca e observa que dali já reverbera sua presença no coral, os ventos de sua voz se espraiam pelos ares. As células pesquisadas bailam e balançam serenas. Simone recorda quando entrou no coral da faculdade, jeito de afinar a timidez e também de ganhar uma bolsa, seguir nos estudos sem depender de mais velhos. Tecelagem de si entre as camadas das vozes. Seu cocuruto musical ainda e pra sempre agraciado com os cafunés do avô, violonista mineiro, filho de escravizados em Barbacena. Avô que completou 7 anos em pleno 1888, o ano do Treze de Maio. Será que sua família comemorava seu aniversário e tal data espocando nas ruas, tamborzando a madrugada ou valsando em salões, como tantas? Ou fungaram desprezo e desapreço realista à ocasião, como várias outras, sapientes que daquela data promulgada, fruto de revoltas e revides, pressas e pressões, viriam renovados outros alçapões e leques de doutores determinando perreios?

Simone se concentra no instrumento e encontra! Na célula admirada detecta um traço de violão, aquele que o avô aprendeu de ouvido e queria lhe ensinar a tocar. Serestas, boleros, trem das onze, as rosas não falam… os dedos do avô ponteando, orientando a posição do pinho no colo e no braço, apreciando notas e cadências. Então desliza e transpassa a lente sua mamãe, pare porque violão não é coisa de menina, Simone. De quem será essa célula zombando no microscópio? Ah o avô, chamava de miudinho aquele prato feito com arroz e feijão virados no pedacinho de carne com farofa. A vó, após lavar o mundaréu de roupa pra fora, rezava o terço. Aquele catolicismo mineiro africano? “As contas do meu rosário são balas de canhão”, há séculos cantam as irmandades e reinados de Congo pelas terras de Minas. A vó servia café pro santo? Uma bebidinha no beiral da janela pra amenizar as temporadas das almas do purgatório? Simone perscruta no microscópio o Cosme e Damião, os terreiros que circula. Garota queria ser freira, apesar da relutância familiar, até que descobriu que no convento não poderia duvidar solta… que não poderia questionar. Ela que no primário pegava livros na escola até esgotar as prateleiras pelo apetite de fantasias. Ela que de presente de aniversário pedia para visitar museu. Ela que aprendeu a ler sozinha, como lidar com proibição de apresentar dúvidas às doutrinas? Assistiu muito filme na TV, bíblicos. Cansou do Gênesis, complicado tão cheio de nome, e vidrou no Apocalipse, profetas entusiasmam. Deduziu que o céu seria de muito difícil acesso, inalcançável aos seus tons e traquejos.

Na análise citológica a cientista reencontra alguns passos. Com oito anos inventou um pecado na crisma. Mentiu pro padre, precisava ter um pecado, mesmo não tendo. Decorava mandamentos, que pitoresco isso de “não cobiçar a mulher do próximo”. Ciência e religião, Simone não descarta nenhuma das duas. Gosta da Igreja, sente-se bem ali. Aprendeu o que diz ser o principal: “Amai-vos uns aos outros”. E não julgues. Basta. Na sua baliza, conjuminam a explicação lógica e Deus, que considera um grande cientista. Não desacredita de nada porque não tem intenção de esgotar nenhuma versão. Apresenta que tudo tem uma lógica, inclusive o milagre do nascimento. Célula que se junta com outra e dá origem ao ser humano.

Ajusta a lente, apruma a tradução do que colore a lâmina. Na célula, cores de goiaba, belezas de texturas de mamão, pintura de tintas de amora. O microscópio como o quintal da casa de nascença e crescença em Piedade, Rua Goiás, com linha de trem na frente e um terreno imenso, árvores aos bocados. Era propriedade de orfanato. No alto o ano de 1897 selado. No microscópio aparecem personagens familiares, surgem de cantinhos e se montam. São as bonecas que Simone Evaristo inventava até seus 15 anos. Dava vida e personalidades. Células de sonho, dramaturgia solta. Bonecas de papel, bonecas de inventar roupa. Na escadaria do casarão, menina recitava poemas para a lua. Larga a dimensão da solitude e a companhia astral, plena de poesia. Linguagem pra jogo e pra entrega, ponte de sensibilidade. No seu macroscópio de pequena, o céu uma lâmina e a Lua uma célula pra sonho.

Até que veio o espanto, magnético e fértil, que firmou sua decisão de estudar biologia. Zanzando, brotou susto e coceira em seu peito, quando a moça Simone se deparou com uma placa de cimento e ali, em uma fresta, crescia verdejante, desobediente e pequenina uma plantinha. Decididas, crescidas e mínimas na vastidão, vazaram projetos de achatar. A cientista Simone Evaristo e a plantinha ainda viçosa em seu passo. Elas renovando ares, ciências e paisagens do país.