Na tarde deste sábado, o perfil do Instagram do caderno Ilustrada (folhailustrada), da Folha de São Paulo, mostrou a imagem de uma varanda no centro histórico de Paraty com os dizeres "Somos todos Maju", em referência às ofensas racistas sofridas pela garota do tempo do Jornal Nacional (Globo) nas redes sociais. Os atos racistas fizeram subir a hashtag #somostodosmaju, inicialmente erguida por seus colegas de trabalho, nos assuntos mais discutidos do Twitter no Brasil.
Após essa polêmica e depois da fala de Lilia Schwarcz, na Tenda dos Autores na sexta, dizendo que a característica do racismo brasileiro é a dissimulação, o site Glamurama, em meio à sua cobertura da Flip, hoje cedo, lançou a enquete: “Racismo? Monteiro Lobato para crianças. Ler ou não ler? Poetas na Flip respondem”. Detalhe que Monteiro Lobato não está sendo lembrado em nenhuma mesa da programação oficial ou em qualquer grande evento paralelo.
O site questionou dois nomes da programação oficial da Flip deste ano: os escritores João Bandeira e Eucanaã Ferraz. Nenhum dos dois achou que Lobato poderia incitar pensamentos racistas no público infantil. João apontou que é preciso contextualizar o trabalho de Lobato para as crianças, ressaltando o momento histórico em que seus livros foram escritos. Eucanaã (foto acima) foi mais incisivo. Para ele, acusar a obra de Lobato de racista “é uma bobagem completa. O politicamente correto levado às últimas consequências”.
Aproveitamos a discussão para lembrar um texto publicado há alguns meses no Pernambuco, do escritor Luís Henrique Pellanda, que ministrou uma oficina de crônicas na Flip, na casa do Sesc, em que ele chama abertamente a obra de Lobato de racista:
Leia A Marquesa de Rabicó c'est moit!, de Luís Henrique Pellanda